sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A HISTÓRIA (PARTE II)



O atual município de Esperança derivou-se de várias sesmarias, requeridas desde 1713 até 1753, compreendendo a de Lagoa de Pedra, de Umbiguda, Lagoa Verde e a de Banabuié, medindo cada sesmaria três léguas de comprimento por uma de largura. Da sesmaria de Banabuié nasceu à fazenda de igual nome, que perdurou até 1860, dando origem à povoação com a mesma denominação e que começou com uma feira semanal de gêneros alimentícios e, em seguida, com a construção de uma capela, sob o orago de Nossa Senhora do Bom Conselho, numa convergência que dava para as localidades de Campina Grande, via Lagoa de Roça; Pocinhos, via Oriá (atual Areial); Areia, via Lagoa do Remígio; e Alagoa Nova.
O nome da povoação de Banabuié perdurou até 1870. O termo “Banabuié” causa polêmicas e dúvidas junto a comunidade, e o advogado e estudioso João de Deus Melo, disse que em suas pesquisas, encontrou na página 204, do livro “O Tupi, na Geografia Nacional” de Teodoro Sampaio a palavra”Banabuyu” que, na linguagem Tupy, é a junção de Bana/buyu, que significa Brejo ou Pantanal das Borboletas. Ou seja, um pantanal que atrai borboletas. Assim o estudioso observa grande semelhança entre “Bana/buyu” e “Banabuié”. Outra versão: a palavra Banabuié significa “pasta verde” e por verde simbolizar Esperança, decidiu-se colocar o nome “Esperança” no município, quando então foi mudado para o de Esperança pelo missionário capuchinho italiano Frei Venâncio, segundo alguns historiadores; ou pelo missionário Pe. Ibiapina, segundo outros; ou ainda por Frei Herculano, na opinião de uma terceira corrente. Antes de ser denominada de Esperança, recebeu o nome de Boa Esperança, segundo consta de alguns documentos existentes no Cartório Único de Alagoa Nova. Segundo a opinião de Irineu Joffily, devia-se ter conservado o nome indígena de Banabuié, e não ter mudado para o de Esperança sem motivo plausível e por mais auspicioso que fosse.
Assim o português Marinheiro Barbosa edificou próximo ao reservatório chamado Tanque do Araçá, uma casa, no lugar hoje conhecido como Beleza dos Campos, atual Rua Barão do Rio Branco, apossando-se, dessa forma, de toda área da cidade de Esperança. Alguns historiadores dizem que Marinheiro Barbosa não residiu por muito tempo no local, forçado pelos índios, abandonou as terras, e, com a chegada dos irmãos Francisco, Laureano e Antônio Diniz construíram mais três casas de taipa na atual avenida Manoel Rodrigues de Oliveira, outrora Rua Grande e Chã da Bala.

HISTÓRIA DE ESPERANÇA (Parte I)



História de Esperança originou-se de uma aldeia dos índios Banabuié, da tribo dos Cariri ou Tapuias (que a princípio viam no litoral paraibano, mas com quando da chegada dos Potiguara (foram expulsos e fugiram para o interior), cuja aldeia subsistiu até o início do século XVIII, quando então foram dominados pelos portugueses e a partir daí, passaram a viver harmoniosamente em miscigenação.
Cariri ou tapuia (estranho) ou língua travada - ramo dos tapuias. Ao serem expulsos do litoral, e ao se fixarem no interior, dividiram-se em tribos: Sucurus, Bultrins, Ariús ou Árias, Pegas, Panatís, Coremas, Icós e Banabuié. Eram atrasados e viviam da caça e pesca. Eram nômades. Não se preocupavam muito com a agricultura. Eram altos, mais altos que outras tribos com os potiguaras e os tabajaras. E tão velozes, que poderiam desafiar um cavalo.
Furavam também o lábio inferior, as bochechas e as orelhas. Colocavam nos furos pedras bonitas, osso ou madeira. Dormiam também em redes, aliás, redes enormes. Andavam nus. As mulheres eram muito bonitas e obedientes aos seus maridos.
Eram ferozes. Não tinham nenhuma noção de Deus. Tinham também os seus feiticeiros ou pagés. Esses invocavam o espírito de um tapuia e resolviam com o espírito os problemas da tribo. Cada tribo tinha o seu rei. Janduí era o rei da Nação Cariri que ocupava parte da Paraíba e Rio Grande do Norte. Sabe-se também que existiam os reis Carapoto e Caracará (irmão de Janduí). Os reis eram distinguidos dos demais, pois tinha os seus cabelos cortados em forma de coroa e só eles podiam deixar crescer as unhas dos polegares.
Os seus costumes são considerados mais exóticos do que os dos potiguaras e tabajaras. Praticavam a eutanásia. Se um tapuia estava mal e para ele não havia cura, matavam-no e o comiam. O morto não podia ser melhor guardado do que dentro deles, seus companheiros. Se o rei morria, só os seus parentes e principais da tribo podiam comê-lo. Esse ato não é considerado a antropofagia que outros índios praticavam com os inimigos, mas um ato de amor. Ao comerem seus mortos, eles choravam e se lamentavam.
Quando os rapazes estavam na idade de casar iam cantar ao redor do acampamento. As moças também cantavam e dançavam e nesse grupo fazia a sua escolha amorosa. Também, como na nação tupi, os rapazes eram submetidos a provas duras. O rei os convocava para caçadas, exercícios pesados além de os treinarem para serem valentes guerreiros. As mães educavam as filhas e eram responsáveis pela castidade das mesmas.Gostavam muito de caju. Há historiadores que designam os índios como preguiçosos e pusilânimes. O certo é que não sabemos em que se basearam tal conceito. Nossos índios sempre foram dados a guerras e as armas, mas também tinham o espírito livre e não gostavam quando eram feitos prisioneiros. Tinham nascido na selva e este era seu lugar